Redentora, o Mito

Sexta Feira, 19 de Novembro de 2004.

Após ter me sido largamente recomendado, a ida a um famoso restaurante,ou tasca, ou café, da zona de Almada como quem vai para o Cristo Rei, acedo ao convite, e vou com 3 colegas a um sítio a que se dá o nome de "Redentora".
A deslocação à tão aclamado local efectuou-se em +/- 20 minutos, e a entrada pareceu me que não era tão mal como falavam, ou como me faziam supor que era. Eu e os meus colegas deslocamos para um tipo de cave, e sentamos numa mesa. Passados 2 minutos uma das empregadas de mesa (senhora africana, que pelo sotaque provavelmente seria de São Tomé ou algo assim do género, e que deveria ter de 5 a 15 filhos) vem ter connosco e pergunta-nos o que iriamos comer, ao que nós respondemos:
- Eram 3 doses de bifinhos ao champignon e 2 traçados (vinho de mesa Serrinha, com mistura de 7 up, ou Sprite).
Muito espantada ela diz:
- 3 TRAÇADO!
Conclusão a tirar:
1º- ela não sabe contar;
2º- o plural é coisa que não ensinam lá para os lados dela;
3º- a mulher devia ter tanta cera no ouvido, que dava pa construir uma vela com a forma do planeta, a escala de 1/43.
Após ter emendado nosso pedido, a mulher vai embora, a falar qualquer coisa que nós não percebemos, pois o nosso tradutor de crioulo não estava presente. Vim a saber mais tarde que isso era mal do restaurante, pois nunca ninguém foi capaz de decifrar uma palavra proveniente da boca do proprietário(indíviduo português, a rondar os 50 anos, que tinha como dom, abrir uma embalagem de guardanapos á chapada).
Enquanto esperamos pelo manjar dos deuses e pelo néctar da vida, a senhora africana traz-nos copos (a escaldar devido a maquina de lavar louça), só que estes encontravam-se colados uns aos outros, descolá-los foi uma tarefa complicadíssima que exigiu tremenda força por nossa parte. Após os copos, vem o famoso traçado, e logo a seguir os talheres, que a senhora africana com delicadeza joga para cima da mesa, cabendo a nós dividir os talheres. Depois surge os pratos, todos diferentes, mas todos iguais, todos tinham manchas de comida dum cliente anterior.
Eis que surge o grande momento deste almoço, o próprio almoço!
Vindo numa travessa sobrelotada, porem toda arranjadinha, pois as batatas fritas ficavam em cima, depois o arroz( que tava tão colado, que dava para espetar com o garfo), depois o ovo estrelado, e por baixo os bifes ao "chapignhon" como uma das empregadas o intitula, talvez para marcar a diferença dos bifinhos com champignon existentes noutras casas.
Findado o almoço( que até soube bem), dirigimo-nos à caixa para pagar sobre pena de batermos com o nariz na porta na Orientação Escolar. Ao chegarmos à caixa, ouvimos mais uma vez, a empregada africana, a dar nos uma aula de como não falar correctamente português, e saber contar: "Atende aí esses 3 rapaz.( éramos 4)"
Após uma caminhada de 25 minutos, chego a aula do Alf, e ao entrar na sala deparo-me com o cheiro intenso a cachimbo, e um rádio a tocar musica clássica.
Mas para quê frisar tais acontecimentos? É que após a aula, ao chegar a casa, dá-me uma súbita vontade de "arrear o calhau"... por 2 VEZES!!
Fica aqui a incógnita, terá sido dos bifinhos, ou da música clássica?
Há que meditar sobre o assunto, pois as 2 horas e meia que tive sentado no "trono" não chegaram para obter uma conclusão final sobre o motivo de tal perfomance intestinal.

"tou xim (...) um momainto, é pra mim!!"